O principal suspeito do crime é um funcionário da Comunidade Terapêutica Efatá, onde vítima estava internada
Um paciente de 56 anos morreu na última segunda-feira (8) após ser espancado em uma clínica de reabilitação para dependentes químicos no município de Cotia, na Grande São Paulo.
O principal suspeito do crime é um funcionário da Comunidade Terapêutica Efatá, onde a vítima estava internada. Matheus de Camargo Pinto, de 24 anos, foi preso em flagrante pelo crime de tortura. “O Matheus trabalhava como terapeuta, mas não tinha habilitação nenhuma para exercer a função”, afirmou o delegado Adair Marques Correa Junior, da Delegacia Central de Cotia.
O responsável pela clínica, identificado como Pastor Cleber, diz que o estabelecimento não tem histórico de violência e que soube da agressão após ver hematomas na vítima. “Eu fiquei sabendo a partir do momento que a gente viu ele caído com os hematomas. Foram passados relatos anônimos de que o Matheus agrediu o paciente”, disse em entrevista ao Brasil Urgente, da TV Bandeirantes.
O paciente chegou a ser socorrido, mas não resistiu aos ferimentos. A vítima, identificada como Jarmo Celestino de Santana, de 55 anos, aparece em fotos obtidas pelo portal UOL com vários hematomas no corpo. Um vídeo também mostra o homem com as mãos amarradas para trás, preso a uma cadeira.
A vítima foi levada por funcionários da clínica ao Pronto-Socorro de Vargem Grande Paulista. No local, a equipe médica declarou o óbito e acionou a polícia. “Eles levaram o rapaz ao pronto-socorro porque, segundo eles, o paciente passou mal durante a manhã. Encontraram ele desacordado no quarto e socorreram ele”, explicou o delegado.
A Guarda Civil Municipal foi acionada para atender a ocorrência. Segundo informações do boletim de ocorrência, os dois funcionários da comunidade terapêutica que levaram a vítima ao pronto-socorro prestaram depoimento na Delegacia Central de Cotia e contaram que Jarmo teria sido agredido dentro da clínica.
A polícia teve acesso a um áudio em que Matheus teria dito que havia agredido o paciente. O suspeito teria dito ainda que bateu tanto nele que machucou a própria mão. A reportagem ouviu o áudio atribuído pela polícia a Matheus: “Cobri no cacete, chegou aqui na unidade, pagar de brabo… cobri no pau. Tô com a mão toda inchada”.
Em depoimento, o suspeito teria confessado, segundo a polícia, que agrediu o paciente, mas disse que foi para contê-lo. “As agressões foram praticadas pelo Matheus, com possível participação de outras pessoas. O Matheus confessou que agrediu o dependente, mas afirmou que foi para contê-lo porque ele estava exaltado e agressivo”, disse o delegado à frente da investigação.
A Polícia Civil de São Paulo vai investigar se outros funcionários participaram das agressões. Eles serão ouvidos. Os 28 pacientes do local também vão prestar depoimento. A família de Jarmo já foi ouvida.
Por O liberal