
Conclave deve ser convocado nos próximos dias. Saiba quem vota, como funciona a eleição papal e o que esperar da sucessão no Vaticano
Com a morte do Papa Francisco nesta segunda-feira (21), a Igreja Católica entra no período conhecido como Sede Vacante, quando o cargo de papa fica vago e os cardeais se reúnem para eleger o novo pontífice. O processo é cercado de tradição, simbolismo e também expectativa: quem será o sucessor de Francisco? O mundo volta os olhos para o Vaticano.Veja abaixo como funciona a escolha do novo papa, quem pode votar e o que pode acontecer nos próximos dias.
A Sede Vacante (do latim sede vacante, “assento vazio”) começa oficialmente após a morte ou renúncia de um papa. Durante esse período, todas as decisões de governo da Igreja ficam suspensas — com exceção das ações essenciais conduzidas pelo camerlengo, o cardeal responsável pela administração temporária do Vaticano.No caso de Francisco, o camerlengo é o cardeal Kevin Farrell, que já declarou oficialmente o falecimento e iniciará os trâmites para o conclave.
O Conclave é a reunião dos cardeais da Igreja Católica com menos de 80 anos de idade, que têm o direito de voto. Hoje, cerca de 120 cardeais eleitores devem participar. Eles se reúnem na Capela Sistina, no Vaticano, em um processo que pode durar dias.Cada votação é secreta e feita com cédulas. Para ser eleito, o candidato precisa de dois terços dos votos. O nome do novo papa só é anunciado após esse quórum ser atingido.
Após cada votação, as cédulas são queimadas em um forno especial. Se o papa não for escolhido, a fumaça sai preta. Quando a eleição é concluída com sucesso, a fumaça que sai da chaminé é branca — e o mundo inteiro entende que há um novo líder para a Igreja.Minutos depois, um cardeal aparece na varanda da Basílica de São Pedro e pronuncia a famosa frase: Habemus Papam! (“Temos um papa!”), anunciando o nome escolhido.
Tecnicamente, qualquer homem batizado e católico pode ser eleito papa. No entanto, na prática, desde o século XIV, todos os papas eleitos são cardeais. A maioria dos eleitores tende a escolher um nome que já tenha experiência administrativa e eclesial no alto escalão da Igreja.
Embora a Igreja mantenha o processo em sigilo, alguns nomes costumam ganhar força antes do Conclave. Entre os chamados “papáveis”, destacam-se:Cardeal Matteo Zuppi (Itália) – Próximo a Francisco e com perfil pastoral.Cardeal Peter Turkson (Gana) – Seria o primeiro papa africano da era moderna.Cardeal Odilo Scherer (Brasil) – Arcebispo de São Paulo, é um dos latino-americanos mais influentes.Cardeal Luis Antonio Tagle (Filipinas) – Jovem, comunicativo e muito ligado à missão em países em desenvolvimento.
O Conclave costuma ser convocado entre 15 e 20 dias após a morte do papa. Durante esse período, os cardeais vão chegando a Roma, há missas em homenagem ao pontífice falecido e são feitos os preparativos para a eleição.Ou seja, o novo papa deve ser conhecido ainda na primeira quinzena de maio de 2025.
A expectativa é que o próximo papa dê continuidade a temas centrais do pontificado de Francisco, como: Proximidade com os pobres abertura ao diálogo inter-religioso Compromisso com a ecologia Avanço da sinodalidade e da presença de leigos e mulheres No entanto, também há pressão de setores mais conservadores para uma mudança de rota — o que pode tornar esta uma das eleições papais mais decisivas dos últimos tempos.
