“Brincaram de novo com o peso do meu filho. Meu filho estava em cima do lixo”, disse Andreia da Silva
Andreia da Silva, mãe de Vitor Augusto Marcos de Oliveira, ficou revoltada durante o enterro de seu filho depois de descobrir que o caixão do jovem foi preenchido com pó de serra aparente, caixotes de madeira e folhas de jornal para que o corpo do rapaz fosse nivelado dentro da estrutura. As informações são do G1 São Paulo.
A mãe de Vitor também ficou surpreendida com a altura da urna funerária em que o corpo do filho foi colocado. “Tamanho exorbitante, grotesco, feio, horroroso“, disse ela.
“Eu não tinha descoberto essa fraude. Brincaram de novo com o peso do meu filho. Mais uma vez, gordofobia. Meu filho estava em cima do lixo“, lamentou a mãe.
O jovem de 25 anos morreu dentro de uma ambulância em frente ao Hospital Geral de Taipas, na Zona Norte de São Paulo, após tentar atendimento em seis unidades de saúde e não conseguir por falta de equipamentos para pacientes obesos.
O que diz a funerária e a Cooperaf
A funerária Trianon, responsável pelo caixão do rapaz, disse que não tinha responsabilidade pelo estado da urna, apenas pelo transporte do corpo de Vitor. Informou também que a responsável pela preparação do corpo e da urna funerária para o velório seria a Cooperaf, uma cooperativa de tanatopraxia.
Uma representante da Cooperaf afirmou que o nivelamento do corpo com papéis e a utilização de pó de serra são práticas habituais na área mas ao ser questionada pela presença dos caixotes de madeira na urna, a representante da cooperativa não se pronunciou sobre o assunto.
A Secretaria da Segurança Pública (SSP) informou que as imagens que mostram o caixão preenchido com os materiais estão sob análise. “Exames periciais foram solicitados, e estão em fase de elaboração, e serão analisados pela autoridade policial tão logo forem concluídos. As diligências estão em andamento para esclarecer os fatos“, diz em nota.