Na tarde desta segunda-feira (14), um protesto organizado por moradores da Vila Santa Cruz, em Abaetetuba, resultou em um confronto com a Polícia Militar após o bloqueio da rodovia PA-252. Os manifestantes exigiam o restabelecimento da energia elétrica, interrompida na comunidade há vários dias, e mantiveram a rodovia interditada por cerca de seis horas, causando um congestionamento de aproximadamente 7 km em ambos os sentidos.
O bloqueio começou por volta das 13h e se manteve até as 19h, quando, após tentativas fracassadas de negociação, policiais do 31º Batalhão da PM usaram balas de borracha para dispersar os manifestantes e liberar o tráfego. Durante o confronto, pelo menos sete pessoas ficaram feridas, incluindo moradores que alegam que o uso da força foi desproporcional, visto que havia muitas famílias e crianças no local.
Os manifestantes relataram que o problema da falta de energia estava afetando suas vidas, causando prejuízos materiais e dificultando o acesso a serviços essenciais. A principal reclamação era a demora da concessionária Equatorial Energia em solucionar o problema. Segundo os moradores, a empresa não havia dado uma previsão concreta para a troca de um transformador avariado, o que alimentou a insatisfação da comunidade.
Durante a cobertura ao vivo do protesto, o jornalista Jackson Silva, do Portal Moju News, foi agredido com um pedaço de madeira arremessado por um manifestante. O jornalista afirmou que o golpe, de acordo com os próprios manifestantes, era destinado aos policiais. “Sigo comprometido com a missão de informar de forma imparcial e responsável”, declarou Jackson Silva após o incidente.
Em nota oficial, a Polícia Militar informou que tentou negociar com os manifestantes e que a Equatorial havia se comprometido a realizar a troca do transformador. No entanto, os manifestantes se recusaram a desobstruir a rodovia até que a equipe da concessionária estivesse presente no local. A PM também mencionou que a tensão aumentou devido ao cansaço dos condutores parados no congestionamento, o que acabou gerando tumultos entre motoristas e manifestantes. Segundo a polícia, foi necessário o uso de força moderada para controlar a situação e restabelecer a ordem.
No local do protesto, também estavam presentes autoridades como o juiz André Espíndola, de Goianésia, e a promotora de Breu Branco, presenciando as tentativas de negociação e a resistência dos manifestantes, que se mostraram inflexíveis em relação à desobstrução da via até que a energia fosse restabelecida.