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segunda-feira, dezembro 23, 2024

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Duck Hand Moju: projeto é celeiro de grandes atletas de handebol

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Projeto forma atletas em categorias que vão do mirim ao adulto, e foi onde a vencedora do Troféu Romulo Maiorana, Joyce Sousa, iniciou a carreira no handebol

O esporte como base para a vida. Este é o lema do projeto Duck Hand Moju, uma iniciativa que busca levar a prática do handebol para crianças de jovens no município de  Moju, nordeste do Pará, e hoje é celeiro de atletas da modalidade para todo o país. 

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Com início em 2017, idealizado pelos professores de educação física Fabrício França e Heliton Coutinho, o projeto, que hoje se tornou a “Associação Beneficente Duck”, é responsável por mais de 170 alunos que praticam o handebol de segunda à sábado, gratuitamente.
A iniciativa deu tão certo que já possui atletas brilhando nacionalmente, como Joyce Sousa, aluna oriunda do projeto que já foi convocada pela Seleção Brasileira e venceu o Troféu Romulo Maiorana 2023, na categoria handebol. 

Em entrevista ao O Liberal, o professor Heliton Coutinho falou sobre o início do projeto, os objetivos, as dificuldades e o orgulho de ter atletas brilhando no cenário esportivo nacional. 

Confira a entrevista

OL: De onde surgiu a ideia de criar o Duck Hand Moju? Como foi o início? 

Heliton Coutinho: O projeto foi idealizado e criado quando o Fabrício (França) chegou em Moju. Nós agregamos os projetos que tínhamos em escolas do município e, querendo trazer as crianças para o caminho do esporte, iniciamos o Duck Hand. O começo foi difícil, o Fabrício chegou a vender a casa dele para construir o centro de treinamento, mas hoje deu certo e levamos o handebol para crianças e jovens principalmente da periferia de Moju. Todos possuem acompanhamento escolar, e nós tentamos ajudar criando ações, principalmente em datas festivas, por isso hoje também somos uma associação beneficente. Desde antes de termos a quadra, nosso público já era grande, é bacana que o handebol tenha essa capacidade de agregar um público muito grande em pouco tempo, como foi aqui. 

OL: E em relação aos atletas e treinos, como está o projeto hoje? 

HC:  Atualmente temos por volta de 170 atletas inscritos, divididos em categorias como: mirim, infantil, cadete, juvenil e adulto. Nossos treinos são realizados no nosso centro de treinamento, que foi construído em um bairro periférico daqui de Moju para ficar perto das crianças que são majoritariamente da periferia. As atividades ocorrem de segunda a sábado, de 14h às 18h30, começando com as categorias menores e passando para as maiores até o horário final. 

OL: E como o projeto é mantido hoje? Possui algum tipo de patrocínio? 

HC: Temos uma dificuldade muito grande em manter o projeto. Eu e o Fabrício somos professores, e a gente utiliza nosso próprio salário e conta com ajuda. Não temos patrocinadores e às vezes temos que pedir doações de equipamentos como bolas e outros. A prefeitura ajuda quando insistimos muito, mas não é um apoio direto, que é o que a gente precisava ter para manter um projeto dessa dimensão. Então fazemos rifas, contamos com ajuda de amigos e conhecidos que fazem doações. É árduo, mas a gente consegue fazer esse malabarismo e não desistimos. 

OL: Qual a importância do Duck Hand Moju estar atuante no esporte em Moju?

HC: É difícil de falar, a gente que tá dentro não tem um olhar tão amplo, mas hoje eu tenho a noção do o que é o projeto Duck, e o que ele representa tanto em Moju, quanto no estado. Ninguém vê a nossa luta trabalhando ali, mas quando conquistamos algo trás uma grande visibilidade para nós e para o município, e mostra nossa importância. É importante também para os nossos alunos, que saem da ociosidade e sabem que aqui tem que levar o esporte e os estudos a sério. A gente sempre fala, que quem é um bom atleta consegue ser bom amigo, bom filho, bom em tudo. 

OL: Falando em alunos, Joyce Sousa, aluna do Duck Hand Moju, conquistou o Troféu Romulo Maiorana, como foi para vocês? É motivo de orgulho?

HC: A Joyce hoje é inspiração para nossa equipe, ela é fruto de um trabalho muito bem feito com todos. Aqui o treino nunca foi diferenciado para ninguém, tudo é igual para todos, e quem agarra a oportunidade e se dedica mais, consegue ir para frente, como foi o caso da Joyce. Ela conseguiu alinhar treinamento, pensamento, escola e hoje ela é reflexo de um trabalho bem feito. Lembro de uma fala, nos primeiros dias dela no projeto, onde vendo os arremessos dela, um professor falou: “Tá vendo essa menina? Ela vai ser Seleção Brasileira, olha a postura de atleta que ela tem”, e dito e feito, ela foi para a Seleção, só sucesso. Ela é prova de que dá certo quando se tem determinação, força e garra.

OL: E quem for de Moju e tiver interesse em fazer parte do time, como faz para se inscrever?

HC: Hoje para se tornar atleta do Duck é preciso estar levando a escola a sério. E basta chegar com a gente, tendo entre 10 a 17 anos, entrando em contato por nossas redes sociais. Não temos número limitado de vagas, somos igual coração de mãe, sempre cabe mais um. Este ano temos uma agenda grande de competições, como o Open de Handebol, Campeonato Paraense, Campeonato Brasileiro, Jogos Escolares, a preparação está intensa e os novos atletas serão bem vindos. 

Por O Liberal

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